Integrantes da cúpula petista já contabilizam a crise indígena na conta das falhas de articulação política do governo Dilma
Os assassinatos de indígenas no Brasil aumentaram 269% nos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.
De acordo com o CIMI, foram registrados 167 assassinatos de indígenas no governo FHC, média de 20,8 mortes por ano. Já no governo Lula o número subiu para 452 assassinatos, 56,5 em média por ano, ou crescimento de 271%.
Em 2011, o primeiro ano do governo Dilma, foram contabilizados 51 assassinatos de indígenas pelo CIMI e em 2012 outras 57 mortes, de acordo com a Comissão Pastoral da Terra - CPT, média de 54 mortes por ano, próxima à do governo Lula e 260% maior do que a do governo tucano.
Somados os dois períodos petistas, foram cometidos, em média, 56 assassinatos de indígenas por ano, representando um quantitativo da ordem de 269% maior.
Segundo Cleber Buzatto, secretário executivo do CIMI, um dos motivos para o aumento da violência contra indígenas nos governos de um partido, que carrega a bandeira dos direitos humanos, é justamente a expectativa criada em relação à chegada de Lula ao poder.
“Havia uma expectativa muito grande de que com a eleição de Lula seriam destravados os processos de demarcação que historicamente eram muito lentos”, disse Buzatto. “Mas na realidade o que aconteceu foi uma retração ainda maior. Isso levou a radicalizações de conflitos e a uma série de manifestações que acabaram em violência. Eles se sentiram traídos”, completou.
Além disso, segundo o CIMI, a lentidão nas demarcações de algumas reservas, principalmente em Mato Grosso do Sul, se transformaram em bolsões de miséria, nos quais os indígenas ficaram vulneráveis a situações de degradação social, semelhantes às das periferias das grandes cidades como criminalidade, tráfico e consumo de drogas. Segundo dados da Fundação Nacional do Índio - Funai, foram homologadas 148 áreas indígenas nos dois mandatos de Fernando Henrique e 84 nos governos Lula e nos dois primeiros anos do governo Dilma. Dados do governo informam que foram 91 áreas em favor dos PARENTES, nos últimos dez anos.
Na reserva de Dourados (MS), por exemplo, 13 mil PARENTES, do povo Guarani-kaiowá, vivem em apenas 3,5 mil hectares, uma densidade demográfica comparável a das piores favelas do País. “Houve conflitos com autoridades, com invasores, com latifundiários e, por fim, entre os próprios indígenas”, disse Buzatto.
Para os petistas, as declarações da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, determinando a suspensão das demarcações primeiro no Paraná – onde ela deve disputar o governo do Estado - e depois em todo o País foram o estopim da crise, com impacto maior do que o assassinato do PARENTE Oziel Gabriel, pela própria Polícia Federal, na desocupação de uma fazenda em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul.
Por fim, com relação à atual situação dos povos indígenas brasileiros, vemos a existência de inúmeros conflitos, principalmente no Mato Grosso do Sul, foco de maior conflito envolvendo indígenas e fazendeiros, onde se vê flagrante a atuação de uma política de caráter realmente selvagem e desumano, rompendo todas as barreiras do mais basilar bom senso.
O governo Dilma não demonstra a mínima preocupação para atender a imperativos de Justiça, Direitos Humanos e Conservação de seus valores culturais, sendo os maiores prejudicados, os direitos indígenas, pois o governo está cada vez mais refém do PMDB e do Agronegócio, que se aliou aos evangélicos.
Resta evidente ser lamentável que o atual governo esteja a desenvolver uma política desenvolvimentista caracterizada pelo capitalismo selvagem, que passa por cima de direitos específicos, como é o caso dos direitos indígenas. Tal situação vem causando repúdio da grande mídia internacional, que tem noticiado o quanto os primeiros habitantes deste país vêm sendo desrespeitados no seu direito mais natural pelo próprio governo, tornando, com isso, um grande desafio para as populações indígenas, ainda existentes, manterem-se incólumes em seus costumes, tradições e em todas as suas expressões culturais.
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