miércoles, 15 de febrero de 2012

Brasil quer acelerar usinas em vizinhos para garantir energia


O governo brasileiro criou um "plano B" para ampliar a oferta de energia. Para isso, está acelerando um projeto de integração com os países vizinhos, onde pretende construir hidrelétricas conectadas ao Brasil.
A reportagem é de Júlio Wiziack e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 14-02-2012.

O principal projeto é com o Peru. A Folha apurou que o acordo binacional com o país está prestes a ser enviado ao Congresso Nacional (nos dois países).

Também avançaram as negociações com Uruguai, Argentina, Bolívia e Venezuela para novos empreendimentos (não somente hidrelétricas). Colômbia, Guiana e Suriname mantêm conversas.

Além do governo federal, a Eletrobras é outro pivô desse programa, que também contará com o setor privado.

Só a Eletrobras pretende acrescentar 18 GW ao sistema com unidades no exterior até 2020. A quantia representa quase um terço do que o Brasil precisa até lá. Essas usinas estarão interligadas por 10 mil quilômetros de cabos.

Ao romper as fronteiras, o Brasil tenta ampliar a margem de segurança para o fornecimento interno de energia no futuro, já prevendo atrasos no cronograma das hidrelétricas que serão implantadas em território nacional.

Estimativas do governo mostram que, para atender ao crescimento da demanda, será preciso acrescentar 70 GW de capacidade de geração de energia até 2020.

Segundo o secretário de Planejamento Energético do Ministério das Minas e Energia, Altino Ventura, os projetos do próprio governo no exterior responderão por um "acréscimo marginal".

Mas, somando com os projetos da Eletrobras e da iniciativa privada que preveem interconexão com o sistema elétrico brasileiro, haveria um aumento de capacidade de quase 30 GW - mais que o dobro de Belo Monte, a maior hidrelétrica em construção, no rio Xingu (PA).

Juntas, essas obras consumirão recursos de pelo menos R$ 58 bilhões e o BNDES poderá financiar a totalidade desses empreendimentos, desde que sejam controlados por empresas nacionais.

ENERGIA MAIS BARATA


Outro motivo que estimula o governo brasileiro é o custo futuro da energia.

Atualmente, não há mais rios no país com potencial para geradoras do porte de Belo Monte, que produziriam energia a preço baixo.

No Peru, onde o potencial hídrico é praticamente inexplorado, o MWh de energia gerada por Inambari custaria US$ 52. Em Cachuela Esperanza, na Bolívia, sairia por US$ 58. Caso fossem implantadas no Brasil, o MWh custaria US$ 77, segundo projeções da consultoria PSR.

A Folha apurou que, por isso, o governo quer importar em cotas que variam de 70% a 80% da energia produzida pelos vizinhos.

A maioria dos grandes empreendimentos em andamento ou estudo fica nos países da região amazônica - Peru, Bolívia, Colômbia, Guiana, Suriname e Venezuela.

O Peru é o alvo prioritário porque tem uma demanda baixa de energia e responde por 14% do potencial hídrico da América Latina.

A primeira fase do programa com o governo peruano prevê seis usinas com capacidade de gerar 22 GW, quase duas Belo Monte. O investimento é de US$ 16 bilhões.

Apesar do foco na Amazônia, outros países atraem. Na Argentina, o governo constrói uma usina binacional de US$ 4,8 bilhões. Na Bolívia, estuda-se a construção de outra obra binacional.
Protesto contra 'imperialismo' é obstáculo à expansão

Embora os países com os quais o Brasil negocia sejam favoráveis ao "compartilhamento energético", organizações de defesa de direitos civis nesses países acusam o Brasil de "imperialismo".

As maiores frentes de resistência estão no Peru, onde o governo teve de retirar uma cláusula do projeto que será enviado ao Congresso, prevendo que o Brasil importaria quase toda a energia gerada pela usina de Inambari, nos primeiros anos.

Agora, o Brasil ficará com um terço e com a opção de importar mais caso não haja demanda interna no Peru.

Para a mudança, as comunidades locais fizeram protestos coordenados. A DAR (Derecho Ambiente e Recursos Naturales), por exemplo, chegou a imprimir "contas de luz" com um alerta: "Racionem energia porque estamos abastecendo os consumidores brasileiros".

A pressão surtiu efeito e as autoridades peruanas foram obrigadas a incluir uma cláusula mais favorável ao país.

Os ambientalistas peruanos criticam ainda a "exportação" para lá do passivo ambiental brasileiro (prejuízos ao ambiente, caso o país construísse as usinas planejadas para o Peru em seu próprio território).

Parte das obras no Peru será financiada com recursos do BNDES, que também liberou dinheiro para a construção da hidrelétrica de Tumarín, na Nicarágua. Ambos são projetos com a participação da Eletrobras. "A empresa é uma parceira importante", diz Luciene Machado, superintendente de comércio exterior do BNDES.

Não exportamos passivo ambiental, diz ministério

O governo nega que as usinas no exterior sejam "plano B". O Ministério de Minas e Energia diz que o aumento de capacidade do sistema será suprido por novas usinas em território nacional até 2020.

Ainda segundo o governo, a construção de usinas no exterior faz parte de uma estratégia de integração energética da América Latina com o objetivo de eficiência de custos. Cálculos da Eletrobras indicam que o "compartilhamento" energético poderia gerar economias de R$ 1 bilhão ao ano aos consumidores "integrados".

"O que existe é um interesse compartilhado", diz Altino Ventura, secretário de planejamento energético do ministério. "Se o Brasil não sair na frente desse processo [de integração], ele não acontecerá."

Segundo Ventura, o governo tem interesse em todas as possibilidades de conseguir energia firme a preços mais baixos, que possam ser repassados para o consumidor.

Para isso, há acordos com o Paraguai, a Argentina, a Bolívia e o Peru. Ventura diz que há negociações com a Venezuela e o interesse da Colômbia, apesar das barreiras geográficas amazônicas, algo que dificultaria a conexão.

O governo nega as críticas de que estaria exportando "passivo ambiental" ou implementando uma "política imperialista".

Por meio de sua assessoria, a Eletrobras também refuta as acusações de ambientalistas, dizendo que só vai participar de projetos que respeitem a legislação ambiental dos países envolvidos e as posições das comunidades locais.

POTENCIAL

Ainda segundo ele, a América Latina dispõe de 18% do potencial hídrico do planeta e somente 24% dele está explorado. "Mesmo que essa energia não seja consumida internamente, poderia ser importada ou exportada."

A Odebrecht informou que os problemas na usina de San Francisco, no Equador, não tiveram a ver com a execução da obra ou falhas no projeto.

Após a conclusão, um dos vulcões na região entrou em erupção e a lava misturada à água comprometeu as turbinas, paralisando a usina. Os argumentos foram comprovados e aceitos pelo tribunal internacional que julgou o caso, em 2008.

JAMES PETRAS: GRECIA, IRAN, MEDIO ORIENTE Y EL MUNDO


PETRAS: TENEMOS INFORMACIÓN DE QUE EEUU ESTÁ REFORTALECIENDO SUS TROPAS DE GUERRA FRENTE A IRÁN.
EEUU y Europa, principalmente Francia e Inglaterra están canalizando armas a sus mercenarios tratando de derrocar al gobierno.
Comentario para CX36 Radio Centenario del sociólogo norteamericano, Prof. James Petras desde Nueva York – Estados Unidos. Lunes 13 de febrero de 2012.

Chury: ¿qué análisis están surgiendo sobre algunas de las realidades del mundo?

Petras: Empezamos con Grecia, porque Grecia arde en este momento. Hay más de 200.000 participantes en Atenas y miles más entre Salónica (1) e incluso en las islas turísticas, hay un levantamiento popular muy combativo.

En Atenas solo, han quemado mas de 50 edificios, según me dicen mis amigos desde allí. Docenas de coches, escaparates y otras cosas están ahora en llamas; y me dicen que la policía incluso está a la defensa. Entre los 80 y pico de heridos 30 son policías.

Incluso el jefe de la policía hizo una declaración diciendo que si encuentra a los funcionarios del Fondo Monetario los va a encarcelar. Es una declaración más simbólica porque en Grecia la policía no puede encarcelar a un funcionario sin tener un documento del Procurador. Pero indica que hasta la policía se está defendiendo del régimen títere, que está en contra de todos estos planes de austeridad.

Hay que entender que esta insurrección griega que está en todas partes, es producto de un paquete donde el gobierno títere acuerda despedir a 150.000 empleados y trabajadores en los próximos 3 años, empezando el año 2012 con 15.000 .Y enseguida un recorte del 22% en los salarios arriba de los recortes anteriores, y que los pensionistas van a sufrir una baja del 23%.

Es una situación dramática donde hay 3 generaciones de familias ahora que tienen que vivir juntos -nietos, padres y abuelos- solo con la única base de una pensión. Es una situación muy criminal y los gobernantes están totalmente desprestigiados, a tal punto que incluso 40 diputados oficialistas votaron contra el paquete y ya están expulsados de esta dictadura colonial europea contra el pueblo griego.

Hay una cosa muy interesante en esta situación, un famoso héroe de la Segunda Guerra Mundial, Manolis Glezos (2), que ya tiene 89 años, ha declarado que el pueblo griego se levantó. Glezos es muy famoso porque durante los primeros días de la ocupación nazi él subió al Acrópolis y bajó la bandera nazi frente a las narices de los de la Gestapo que estaban ocupando la Acrópolis.

Y salvó la vida por casualidad, estaba a punto de ser fusilado despues que lo capturaron .Incluso el viejo héroe Glezos se ha declarado partidario de este levantamiento popular y caracteriza a los gobernantes como los herederos de los nazis.

La forma que está imponiendo estas medidas antipopulares, antipueblo, se puede trazar un buen paralelismo con lo que hicieron los nazis. Y el pueblo griego ha alcanzado los límites de castigo por parte del gran capital extranjero que quiere exprimir todo lo posible de Grecia y dejar al país completamente destruido.

Lo irónico es que el Sr. Papademus, que es el títere no elegido, está nombrado por el Fondo Monetario como el primer ministro pero nunca fue elegido, ha dicho que el pueblo está destruyendo al país y que son vándalos.

Es absurdo, porque los que están destruyendo al país son los banqueros, son los parlamentarios, son los dirigentes políticos y el mismo Papademus, que han hecho tanto daño destruyendo la economía, destruyendo el estándar de vida de Grecia y proponiendo medidas que van a profundizar la miseria absoluta.

Pero lo que es importante es que ya el pueblo ha dejado de simplemente marchar. No simplemente protestan, no hacen simples huelgas, sino que están combatiendo en las calles de todo el país.
Atenas en la cabeza, pero en muchas otras ciudades e islas como Creta, hay grandes luchas callejeras, y la policía con mucha reticencia está defendiendo lo indefendible.
Ese es el primer comentario, Grecia arde, Atenas arde.

El segundo punto que quiero comentar es sobre los Estados Unidos, en relación con la violencia en Siria e Irán. Tenemos informes que nos dicen que los EEUU y Europa, principalmente Francia e Inglaterra están canalizando armas a sus mercenarios tratando de derrocar al gobierno.de Siria. Tenemos información de que EEUU está refortaleciendo sus tropas de guerra frente a Irán.

Y hay que entender esta política en relación con los acontecimientos en Washington. La principal formación político-social, judío-sionista,American Israel Political Action Comittee, está movilizando a 10.000 delegados a una conferencia que van a lanzar en Washington en marzo. Esta conferencia tiene la prioridad de lanzar una nueva ofensiva contra Irán incluyendo un ataque militar. Y segundo, fortalecer el apoyo a los grupos mercenarios en Siria contra el gobierno de Bashar Assad.

Y eso para mí es importante entenderlo en relación con otro hecho que es el informe de Naciones Unidas este fin de semana que atacó la judaización de Cisjordania y Jerusalén. Este informe dice que toda la política del gobierno judío favorece todos los proyectos que son exclusivamente judíos.

Es decir, la ocupación de terrenos de palestinos, la expulsión de personas de diferentes religiones y el privilegiado de los judíos en todos los proyectos del financiamiento del gobierno. Incluso hay caminos, autopistas exclusivamente para judíos.

Y uno pensaba que los sionistas en EEUU y en Uruguay tenían que sufrir este tipo de políticas, o sea, si tenemos un gobierno exclusivamente cristiano y aplicaba la política del gobierno judío, todo el mundo gritaba ¡antisemitas!

Pero cuando los judíos en Israel aplican esta política racista exclusiva, los políticos se callan la boca.

¿Por qué los zionistas no critican la exclusividad judía en Israel?

Es porque su primer lealtad está dirigida a cualquier cosa que haga Israel, independientemente que en el país donde son minoría siempre declaran por la igualdad de religión, de etnia, etc.
Esta doble moralidad es una de las hipocresías que tenemos que enfrentar hoy. Pero hay un vínculo entre la agresión de Washington hacia Siria e Irán, la expansión de Israel y la presencia de 10.000 judíos sionistas en Washington, presionando por la misma agenda que Israel.

Eso lo quería comentar porque ninguno de los grandes medios de comunicación -incluso Página 12 en Argentina, La Jornada en Méjico- que son aparentemente de centro-izquierda pero no tocan el tema del poder sionista y las consecuencias desoladoras que implica el fortalecimiento del poder sionista en los EEUU.

Al final quiero tocar un otro tema .

Es el tema de las primarias de la derecha en Venezuela, donde ganó el señor Enrique Capriles.
Cuando ganó Capriles, en contraste con el pasado, pronunció un programa propio de lo que podíamos considerar de centro-derecha. Diciendo que él va avanzar en los intereses del país, defender al pueblo y otras cosas, clichés comunes de cualquier político.demagogo.

Pero lo que no está incluido en el discurso de Capriles es que él no atacó directamente a Chávez. ¿Por qué? Es el opositor de Chávez, va a encabezar la oposición en las elecciones presidenciales.
Pero el señor Capriles es astuto y él sabe que en este momento Chávez tiene el apoyo del 60% de la población electoral en Venezuela. Si empieza atacando a Chávez va a provocar una polarización muy desfavorable para la derecha.

Es un reconocimiento inclusive de que la popularidad de Chávez cruza muchas fronteras demográficas. Y es una cosa que debemos anotar.

Ahora, lo importante es que Washington está canalizando millones de dólares para financiar la organización y la campaña de la oposición.

Es otro evento que demuestra la influencia nefasta que tienen los EEUU en la política internacional: Sean las guerras en el Medio Oriente o sea la subversión en América Latina. Igualmente estos eventos reflejan lo peor del imperialismo norteamericano, que no es simplemente una expresión retórica, refleja una realidad.

Mucha gente ha dejado de hablar de imperialismo pero es por falta de rigor en sus análisis de lo que representan los problemas que tenemos que enfrentar.
...

Chury: Lo que quería preguntarte, ¿a través de la denominada primavera árabe es una nueva estrategia imperial de EEUU y la OTAN? ¿Esa primavera, como la ha llamado Occidente, puede ser trasladable a otros países que EEUU considere enemigos de sus intereses?

Petras: Hay dos cosas, primero existía un gran descontento en los países de África del Norte y del Medio Oriente contra las dictaduras respaldadas por EEUU.Existía una masa con mucho descontento pero también los EEUU tenían fuerzas de reserva para aprovechar el momento.
Cuando caen los viejos dictadores ellos preparan un recambio para acortar el levantamiento popular, distorsionarlo y dirigirlo hacia canales que puedan defender la política norteamericana.

Eso es lo que hicieron en Egipto con la Junta Militar.Montaron algunas elecciones para los musulmanes conservadores para compartir el poder con la fuerza militar de Mubarak. En Túnez hicieron algo similar.El pueblo derroca a la dictadura de Ben Alí pero los EEUU tenían preparada en reserva una alternativa proimperialista.

Ahora, frente a este fenómeno Washington empezó a detonar otros movimientos como un contraataque contra la democracia. Por ejemplo, en Libia, en Siria, en Irán fomentando el descontento y armando las fuerzas de choque de Washington.

Ahora, en Libia no hay que confundir dos cosas. Una es la caída de Libia y la otra son las fuerzas que movilizaron contra Gaddafi. Si uno lo analiza, eran las fuerzas de la OTAN con bombas, aviones y fuerzas marítimas, las que realmente destruyeron el país y derrocaran al gobierno. Esos “rebeldes” eran una colección de fanáticos, de mafiosos, de asesinos que tomaron y destruyeron al país.

El país quedó destruido.Aparte del petróleo nada funciona en ese país. Incluso los periodistas occidentales han comentado que nada funciona, ni los teléfonos ni la alimentación del pueblo, y hay asesinatos constantes en todas las ciudades.

Por tanto, hay dos cosas en relacion con la “primavera Arabe”.El pueblo hacen un levantamiento popular y hay un contraataque imperialista. Han aprovechado el momento para lanzar una serie de agresiones encabezados por mercenarios occidentales para derrocar gobiernos independientes. Es un plan de dominación que está en función de estas agresiones. Primero cae Libia, después apuntan a Siria y a partir de Siria lanzan un ataque contra el Líbano y Irán.

Estados Unidos tiene 45 bases militares alrededor de Irán. O sea, tiene la flota más bélica y armada dispuesta frente a Irán. Están canalizando miles de fusiles hacia lo que llaman “la resistencia en Siria” que no son nada más que mercenarios y fuerzas de choque de la OTAN.

Y esa es la situación. Entre revolución, levantamientos populares y el contraataque mercenario de la OTAN.

Tenemos un doble juego y no podemos simplemente hablar de la ‘primavera árabe’.Tenemos que hablar de un invierno imperialista, como un contra- ataque. Y en este año electoral, los, EEUU tiene entre otros enfoques, tratar de canalizar la opinión pública, para respaldar un gobierno que no tiene mucho que mostrar en su política económica.

Pero no hay interés en otra guerra aquí; según los datos entre los encuestados la política externa solo tiene el apoyo del 9% mientras el 80% se preocupa por la falta de empleo, problemas económicos, pérdida de hipotecas, etc.

Chury: Muy bien, Petras, te quiero agradecer todo el análisis

Petras: Bueno, Chury, un abrazo para ustedes .

Notas:

(1) Salónica, segunda ciudad griega

(2) Manolis Glezos: Nació el 9 de septiembre de 1922 en la aldea de Apiranthos, Naxos. En 1939, siendo aún estudiante de secundaria, Glezos participó en la creación de un grupo anti-fascista de jóvenes contra la ocupación italiana del Dodecaneso y contra la dictadura de Ioannis Metaxas. El 30 de mayo de 1941, él y Santas Apostolos subieron a la Acrópolis y derribaron la bandera con la cruz gamada, que se había colocado allí el 27 de abril de 1941, al entrar la fuerzas nazis en Atenas. Fue el primer acto de resistencia que tuvo lugar en Grecia, y probablemente uno de los primeros en Europa.

www.radio36.com.uy



12 de febrero de 2012: en las calles de Atenas y en toda Grecia se dio una de las luchas más decisivas y esperanzadoras contra el Poder y la barbarie


Atenas, defendiendo la dignidad


Desde las 16:30h la gente había comenzado a llegar a la plaza de Síntagma para la manifestación de las 17:00h. Poco a poco gente de todos los barrios de Atenas, así como miembros de asambleas barriales y colectividades fueron llegando al centro, marchando o caminando. El Régimen había cerrado todas las estaciones del centro. Esto no impidió a más de 500.000 personas a estar durante toda la tarde y la noche manifestando contra la barbarie que nos tiene reservada la Soberanía si no resistimos a sus planes.

Es una de las pocas veces que el cálculo de los participantes en una manifestación resulta sumamente difícil. El pueblo de Atenas abarrotó el centro entero de una ciudad de casi 5 millones de habitantes. Las plazas de Síntagma, Omonia y Monastiraki, así como todas las avenidas céntricas de Atenas constituyeron el escenario de una y al tiempo de muchas manifestaciones, de numerosos frentes y puntos de enfrentamientos contra los odiosos equipos antidisturbios. Fue tanta la cantidad de la gente que salió a las calles de Atenas, fue tanta su rabia contra el Régimen y contra todo lo que nos están imponiendo, que por poco se agotan los gases lacrimógenos y las peligrosas sustancias químicas que usa la Policía en cada manifestación. La Policía hizo uso de balas de goma contra manifestantes, sobre todo contra los anarquistas ocupantes de la Facultad de Derecho. Hay que señalar que según varios testigos entre los policías griegos hubo varios refuerzos de los regímenes totalitarios de la Unión Europea.

Un poco después de las 17:30h, comenzaron los primeros enfrentamientos en la parte superior de la plaza de Síntagma, al lado del Parlamento. En aquel momento la plaza estaba abarrotada de gente y las tres avenidas que la enlazan con la otra plaza del centro, la de Omonia estaban llenas de manifestantes de toda Atenas. La oleada de los manifestantes había llegado hasta la plaza de Monastiraki, a 15 minutos caminando de las dos plazas mencionadas más arriba.

Al mismo tiempo, desde la Facultad de Derecho ocupada un bloque de anarquistas intentó salir del edificio de la universidad para dirigirse a Síntagma, pero recibió una carga por parte de dos escuadrones de la Policía, nada más salir a la calle. Es que en la Democracia se puede manifestar libremente…

Los conflictos y enfrentamientos entre numerosos y diversos grupos de manifestantes y los llamados grupos antidisturbios se extendieron literalmente por todo el centro de la ciudad. La Policía no podía hacer frente a los luchadores que no retrocedían, o si lo hacían, no se dispersaban sino que regresaban a donde estaban antes de la carga policial con una persistencia que pocos antecedentes tiene en la historia del movimiento social de este país. Poco a poco la Policía iba “empujando” a los manifestantes rabiosos, tratando de evacuar la plaza de Síntagma y echar a la gente del centro de la ciudad, así que los 330 diputados del Parlamento votaran las nuevas medidas penosas y que los medios de desinformación hablaran de unos 100 encapuchados que apañaron una pequeña manifestación pacífica…No obstante, las mentiras se han acabado. Ha comenzado la marcha atrás para todos estos parásitos y sus esbirros.

No fueron pocas las veces que los manifestantes re-ocuparon la plaza o una parte de ella. Desde las 17:30h, hasta las primeras horas de la madrugada, por casi todo el centro de Atenas se estuvieron dando unas verdaderas batallas. La gente estaba decidida a quedarse, a no retroceder, a no rendirse, metafórica y literalmente hablando. Puede ser que no todos estuvieran “en primera fila”, puede ser que la manifestación hubiera sido más amenazadora para el Régimen si unos grupos de manifestantes no hubieran comenzado tan temprano los incidentes (dejamos este debate para otro momento), sin embargo cuando se quemaron los bancos del centro la gente aplaudió y gritó lemas en contra del gobierno, la Banca y el podrido sistema capitalista. También, se realizaron ataques a periodistas de medios de desinformación y se tiraron bengalas a otros que estaban filmando desde azoteas de edificios altos. El alcalde de Atenas vio lo acontecido en la manifestación desde el centro deoperaciones de la Policía…

Los medios de desinformación se quedaron igual de atónitos que sus amos. No teniendo otra copla en su repertorio de propaganda que la de los “incendios de edificios, que pueden resultar peligrosos”, se olvidaron de los “100 encapuchados que se infiltran entre los manifestantes pacíficos”. Lo que ocurrió los sobrepasó. No esperaban una manifestación de más medio millón de personas en una sola ciudad, quedándose en las calles, montando barricadas y luchando durante más de 6 horas contra la barbarie de la Dictadura. Falsificaron los hechos y se les escapó que casi todos los edificios incendiados fueron sucursales de bancos, grandes tiendas departamentales o de artículos de lujo, negocios de multinacionales (p.e. Starbucks, que fue mencionado en los telediarios como…un mero café). Señalamos el ataque e incendio de la sucursal central del banco Alpha, cuyo edificio fue en el siglo XIX el primer banco de Grecia, construido por las logias masónicas europeas y cuyos dueños hace unas semanas preanunciaron las medidas de austeridad, pidiendo la eliminación del salario mínimo, y uno de cuyos mayores accionistas es Mánesis, el dueño de la “Acería Griega”.

A las horas de estar escribiéndose estas líneas hay focos de resistencia y se están dando enfrentamientos en varios frentes. Mencionamos el ataque a la Comisaría del barrio de Eksárjia, la marcha improvisada de compañeros por las calles del barrio Egaleo a la 1 de la madrugada, la tentativa de ocupación del Ayuntamiento de Atenas que fue reprimida y el ataque a un club de los policías de Atenas y las tentativas de atacar u ocupar varios edificios gubernamentales.

Más fotos de la manifestaci’on de Atenas aquí.

Tesalónica: unas 50.000 personas manifestaron en las calles del centro de la ciudad. Fue una de las manifestaciones más grandes de los últimos años. Durante la marcha, así como en los disturbios que la sucedieron, se rompieron escaparates de hoteles y tiendas de lujo y se realizaron ataques a bancos y cajeros automáticos. La Policía disparó muchísimos gases lacrimógenos y otros gases carcinógenos contra los manifestantes, con el fin de dispersarlos y evitar un segundo foco de resistencia grande, después del de Atenas. Recordamos que Tesalónica es la segunda más poblada ciudad en Grecia, con casi un millón y medio de habitantes.




Heraclión, Creta: miles de personas se concentraron en la plaza de la Libertad. Los anarquistas salieron a la calle invitando a la gente a realizar una manifestación en lugar de estar en la plaza escuchando música. Mucha gente participó en la manifestación. Durante la mani, se realizaron ataques contra los juzgados, cámeras de vigilancia y fueron perseguidos varios secretas. En la plaza de Kornaros hubo enfrentamientos con los grupos antidisturbios MAT, quienes respondieron con gases lacrimógenos. Cuando la manifestación volvió a la Plaza de la Libertad, compañeros entraron en dos oficinas de ministros del PASOK destrozándolas. Gente ocupó tres autobuses, exigiendo a los conductores que les llevaran al polígono industrial donde esta la sede del canal televisivo Creta TV. En la ciudad de Heraclión, hay dos ocupaciones. Una de la Jefatura Comarcal y otra en la Periféria. Hay barricadas en la calle 25 de Agosto, y hace poco la Policía cargó contra varias personas que habían ido a bloquear el acceso de la sede de Haciena Pública (ya que mañana hay un llamamiento anarquista de bloqueo).

Récimno, Creta: Unas 1.500 personas marcharon por las calles del centro de la ciudad, siguiendo una ruta diferente de la habitual. Además de los lemas contra el nuevo memorándum, los participantes en la marcha fueron transmitiendo a los habitantes de la ciudad los acontecimientos recientes en su ciudad con respecto a la ocupación del Ayuntamiento. El 13 de febrero la ocupación cumple ya tres días. Una vez acabada la manifestación, la gente se fue a la ocupación del Ayuntamiento y celebró una asamblea. Se abuchearon los sindicatos oficialistas y se respondió adecuadamente a las amenazas del alcalde de la ciudad de disolver la ocupación.

Berea: unas 200 personas manifestaron en el centro de la ciudad. Durante la manifestación y marcha se pintaron lemas en bancos y se atacó a las oficinas del partido ultraderechista Laos.

Lárisa: una de las manifestaciones más masivas en la historia de la ciudad se celebró la noche del 12 de febrero. El bloque de anarquistas, libertarios y de la Ocupación de la Administración Regional superó las 1.000 personas y no siguió la marcha-funeral del Partido Comunista, a pesar del deseo de los izquierdistas extraparlamentarios. La marcha acabó en el edificio de la Ocupación, la cual finalizó al día siguiente, lunes 13 de febrero, por la tarde. A la madrugada del 13 de febrero se realizó un ataque a un coche de la Policía y una persona fue detenida.

Isla de Corfú: ataques incendiarios a las oficinas de dos diputados locales (fotos).

Isla de Rodas: centenares de manifestantes ocuparon el Ayuntamiento de la capital de la isla.

Canea, Creta: manifestación de más de 4.000 personas. Se incendiaron bancos, cajeros automáticos y el Ayuntamiento de la ciudad. La mani acabó en el edificio ocupado de la Administración local.

Volos, Tesalia: La manifestación agrupó a 4.000 personas y acabó en el Ayuntamiento, donde muchos manifestantes procedieron a su ocupación. Mientras la ocupación estaba en curso, estalló un incendio en el sótano del Ayuntamiento. Evidentemente se trata de una acción provocada por la Autoridad, la cual veía su “castillo” ocupado y no dudó en incendiarlo.

Se dieron enfrentamientos con la Policía cerca de las oficinas del partido gobernante Pasok. También se incendió la sucursal del banco Eurobank, se destruyeron varios supermercados y grandes negocios.

Más tarde, unas 40 personas se encerraron en la Politécnica, ya que en los alrededores secretas y antidisturbios impedían su salida. Se dice que al salir la gente de la Politécnica, una persona fue detenida.

Por la noche un grupo muy numeroso de manifestantes entró en la Agencia Tributaria local y destrozó sus archivos.

Kavala: ocupación en el edificio de la Administración de la provincia, como en muchas ciudades griegas. Lamentablemente la ocupación duró poco.

Lamia: Ocupación de la Jefatura Comarcal de Fziótida, de uans 100 personas. Asamblea para decidir si se quedan o no.

Esparta: Fue ocupado el Ayuntamiento antiguo, en la plaza central de la ciudad.

Serres: Manifestación de unas 200 personas.

Estamos viviendo los albores de una nueva era. Hoy, domingo 12 de febrero hemos vivido uno de los capítulos más destacados en la historia de la resistencia de este pueblo contra la barbarie, el totalitarismo, el fascismo, el Poder y el Capital, y a favor de la libertad y la dignidad. El dilema “sumisión o revolución” se plantea más actual y urgente que nunca no sólo a los que viven en el territorio del Estado griego, sino a todos los seres humanos de este planeta que anhelan vivir en libertad. Todo comienza ahora.

En portugués.













*