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lunes, 27 de octubre de 2014
AIDESEP Y COICA PRESENTARAN AGENDA TEMÁTICA EN LA CUMBRE DE LOS PUEBLOS
A pressão por uma guinada de Dilma à esquerda começa agora
Leonardo Sakamoto
UOL, 27/10/2014
Dilma Rousseff não ganhou o segundo turno por conta de João Santana. A atuação de Lula, que segue sendo o grande eleitor do país, foi fundamental, mas outro elemento se mostrou determinante: a militância.
Petistas ou pessoas que não são ligadas ao partido, mas defendem bandeiras de esquerda e enxergavam na continuidade do mandato uma possibilidade maior de diálogo para essas pautas, levaram, junto com organizações e movimentos sociais, a campanha ao espaço público e às redes sociais. Conquistaram votos como o PT fazia antigamente antes do partido se apegar demais ao poder e se apaixonar pelo reflexo no espelho.
O governo reeleito sabe disso. Dilma citou isso em seu discurso de vitória. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, exaltou o papel dessa militância em entrevista a Josias de Sousa, Mario Magalhães e a mim, no UOL, neste domingo (26). A partir de agora, como Dilma tratará esses grupos será definidor do seu próximo mandato.
Porque essa militância histórica que defendia bandeiras ligadas à efetivação dos direitos humanos e os movimentos sociais foram, por vezes, ignorados ou nem mesmo atendidos nos últimos quatro anos. Parlamentares representantes do agronegócio, por exemplo, tomaram litros de cafezinho com bolinhos transgênicos com Dilma, enquanto lideranças indígenas eram atendidas apenas por alguns ministros.
A grande pergunta é: o governo dará o devido valor a esses grupos, empoderando alas do próprio governo que já tentam pautar esses temas na agenda e atendendo às reivindicações ou continuará levando-os em banho-maria ou ignorando-os em nome da governabilidade – uma palavra tão vazia quanto casuísmo, oportunismo e hipocrisia?
Menos da metade das terras indígenas foram regularizadas e, pelo menos 30 delas, estão com processo pronto, mofando em cima da mesa enquanto esperam a canetada presidencial.
A reforma agrária parou – o que vemos é um simulacro que obedece mais ao calendário eleitoral do que a necessidade de trabalhadores rurais.
O governo não tem conversado devidamente com comunidades tradicionais e, tendo Belo Monte como laboratório, planeja alterar para sempre o ecossistema do rio Tapajós com um rosário de usinas sem entender e ouvir quem mora por lá.
Ao atender aos pedidos de movimentos sociais apenas em momentos de pressão (pré-Copa e eleições), o governo federal evitou desenhar uma política de moradia que não passe apenas pelo acesso ao financiamento, mas promova uma verdadeira reforma urbana, tentando tirar da Constituição a teoria da função social da propriedade.
Isso sem contar a inexistência de uma política decente de promoção da diversidade e combate à homofobia, apesar dos reiterados pedidos dos movimentos sociais.
Ou uma fuga louca do debate quando organizações sociais põem na mesa a ampliação dos direitos reprodutivos.
E uma subserviência completa, para a tristeza de sindicalistas não-pelegos, quando o assunto é responsabilizar financiadoras de campanhas, ops, empreiteiras, pelas péssimas condições dos operários da construção civil.
Enfim, a lista é longa.
Gilberto Carvalho disse que o governo sabe que, a partir de 2 de janeiro, esses militantes e esses movimentos sociais vão, com toda a justiça, cobrar a fatura para ver essas pautas saindo do papel.
Caso o governo resolva mudar sua postura, quer dizer que o segundo turno levou a uma guinada à esquerda. Isso não significa acirrar os ânimos ou criar cisão. Desde quando um governo conciliador tem que ser um governo que ignora os direitos fundamentais? Ou que não garante serviços públicos de qualidade e não promove uma boa reforma política? Pelo contrário, seria um governo que garanta a todos e todas um quinhão de dignidade há muito negado. Para os que votaram em Dilma, para os que votaram em Aécio.
Muita gente que tem experiência em Brasília duvida disso e diz que Dilma colocará a culpa no Parlamento, mais conservador. Mas a questão para esses movimentos e essa militância não é o governo federal tentar e conseguir pouco e sim nem tentar.
Mas o ministro Gilberto está enganado. Não é a partir do início do ano que vem que essa pressão vai acontecer. Encontrei-me, neste domingo, com Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que é a liderança do principal movimento social deste país hoje em termos de centralidade da pauta, mobilização e visão de atuação na minha opinião. Um movimento com uma pauta antiga, mas que sabe se comunicar e influenciar a disputa simbólica da narrativa, pela mídia, pelas redes sociais, de uma forma nova. Também conversei com lideranças LGBTT e indígenas ao longo do dia de ontem.
A pressão começa agora.
UOL, 27/10/2014
Dilma Rousseff não ganhou o segundo turno por conta de João Santana. A atuação de Lula, que segue sendo o grande eleitor do país, foi fundamental, mas outro elemento se mostrou determinante: a militância.
Petistas ou pessoas que não são ligadas ao partido, mas defendem bandeiras de esquerda e enxergavam na continuidade do mandato uma possibilidade maior de diálogo para essas pautas, levaram, junto com organizações e movimentos sociais, a campanha ao espaço público e às redes sociais. Conquistaram votos como o PT fazia antigamente antes do partido se apegar demais ao poder e se apaixonar pelo reflexo no espelho.
O governo reeleito sabe disso. Dilma citou isso em seu discurso de vitória. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, exaltou o papel dessa militância em entrevista a Josias de Sousa, Mario Magalhães e a mim, no UOL, neste domingo (26). A partir de agora, como Dilma tratará esses grupos será definidor do seu próximo mandato.
Porque essa militância histórica que defendia bandeiras ligadas à efetivação dos direitos humanos e os movimentos sociais foram, por vezes, ignorados ou nem mesmo atendidos nos últimos quatro anos. Parlamentares representantes do agronegócio, por exemplo, tomaram litros de cafezinho com bolinhos transgênicos com Dilma, enquanto lideranças indígenas eram atendidas apenas por alguns ministros.
A grande pergunta é: o governo dará o devido valor a esses grupos, empoderando alas do próprio governo que já tentam pautar esses temas na agenda e atendendo às reivindicações ou continuará levando-os em banho-maria ou ignorando-os em nome da governabilidade – uma palavra tão vazia quanto casuísmo, oportunismo e hipocrisia?
Menos da metade das terras indígenas foram regularizadas e, pelo menos 30 delas, estão com processo pronto, mofando em cima da mesa enquanto esperam a canetada presidencial.
A reforma agrária parou – o que vemos é um simulacro que obedece mais ao calendário eleitoral do que a necessidade de trabalhadores rurais.
O governo não tem conversado devidamente com comunidades tradicionais e, tendo Belo Monte como laboratório, planeja alterar para sempre o ecossistema do rio Tapajós com um rosário de usinas sem entender e ouvir quem mora por lá.
Ao atender aos pedidos de movimentos sociais apenas em momentos de pressão (pré-Copa e eleições), o governo federal evitou desenhar uma política de moradia que não passe apenas pelo acesso ao financiamento, mas promova uma verdadeira reforma urbana, tentando tirar da Constituição a teoria da função social da propriedade.
Isso sem contar a inexistência de uma política decente de promoção da diversidade e combate à homofobia, apesar dos reiterados pedidos dos movimentos sociais.
Ou uma fuga louca do debate quando organizações sociais põem na mesa a ampliação dos direitos reprodutivos.
E uma subserviência completa, para a tristeza de sindicalistas não-pelegos, quando o assunto é responsabilizar financiadoras de campanhas, ops, empreiteiras, pelas péssimas condições dos operários da construção civil.
Enfim, a lista é longa.
Gilberto Carvalho disse que o governo sabe que, a partir de 2 de janeiro, esses militantes e esses movimentos sociais vão, com toda a justiça, cobrar a fatura para ver essas pautas saindo do papel.
Caso o governo resolva mudar sua postura, quer dizer que o segundo turno levou a uma guinada à esquerda. Isso não significa acirrar os ânimos ou criar cisão. Desde quando um governo conciliador tem que ser um governo que ignora os direitos fundamentais? Ou que não garante serviços públicos de qualidade e não promove uma boa reforma política? Pelo contrário, seria um governo que garanta a todos e todas um quinhão de dignidade há muito negado. Para os que votaram em Dilma, para os que votaram em Aécio.
Muita gente que tem experiência em Brasília duvida disso e diz que Dilma colocará a culpa no Parlamento, mais conservador. Mas a questão para esses movimentos e essa militância não é o governo federal tentar e conseguir pouco e sim nem tentar.
Mas o ministro Gilberto está enganado. Não é a partir do início do ano que vem que essa pressão vai acontecer. Encontrei-me, neste domingo, com Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que é a liderança do principal movimento social deste país hoje em termos de centralidade da pauta, mobilização e visão de atuação na minha opinião. Um movimento com uma pauta antiga, mas que sabe se comunicar e influenciar a disputa simbólica da narrativa, pela mídia, pelas redes sociais, de uma forma nova. Também conversei com lideranças LGBTT e indígenas ao longo do dia de ontem.
A pressão começa agora.
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Las miradas internacionales sobre Evo y Bolivia ¿Retórica de izquierda, economía de derecha?
Ideas reproduce los artículos publicados en El País, The Guardian y Financial Times que versan sobre Evo, Bolivia y su modelo económico.
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Ideas, redacción central
"Las miradas forman
parte del espectro de percepciones que circulan en el mundo respecto de
Bolivia, su modelo económico, y del presidente Evo Morales”.
"La Bolivia de Morales ha conocido en la última década la racha de mayor expansión capitalista de su historia”, afirma el periodista Miguel Ángel Bastenier, en El País. "Evo deberá enfrentar el fin del boom de los commodities”, sostiene a su vez el especialista John Paul Rathbone, en el Financial Times.
Las miradas forman parte del espectro de percepciones que circulan en el mundo respecto de Bolivia, su modelo económico, y sobre el presidente Evo Morales, las cuales se actualizaron con las elecciones del pasado 12 de octubre, en las que éste fue reelecto para un tercer mandato.
En estas páginas, Ideas difunde los artículos publicados en El País, The Guardian, Financial Times, entre otros. Dos de los puntos de análisis que se vislumbra en las consideraciones de los especialistas, además del modelo económico, son: el discurso del Gobierno versus su real práctica, y si Morales buscará perpetuarse en el poder.
Bastenier sostiene al respecto de lo primero, que el presidente Morales "maneja una revolución solo retórica y únicamente étnica”. Sobre lo segundo, el escritor Martín Caparrós en una conversación con Martín Sivak -autor de la biografía Jefazo- reproduce una frase de Sivak, quien afirma que a Morales le tocará elegir "entre su promesa (‘Nunca habrá borrachera de poder’) y los que lo quieren para siempre en el Palacio Quemado”.
La cancha inclinada de Evo Morales
Por: Miguel Ángel Bastenier, publicado en El País, el 14 de octubre.
El presidente boliviano Evo Morales lo quería TODO, así con mayúsculas, y todo ha conseguido si acaso con caligrafía más modesta. Quería pasar del 70% de voto popular, mejorando sus resultados anteriores (2006 y 2010), y quedará a tres o cuatro puntos de las últimas presidenciales, cuando obtuvo el 64%; logrará los dos tercios de escaños en la Asamblea Nacional para gobernar sin oposición, y si no ha cumplido su objetivo de vencer en las nueve regiones del país -perdió solo en Beni- ha triunfado en Santa Cruz, motor económico y empresarial del país, antaño gran bastión opositor. El politólogo Fernando Molina lo ha calificado de "fin de la polarización” entre indonacionalistas y élites que habían gobernado Bolivia los siglos anteriores. Sólo le falta para completar tan majestuoso copo hacer que se apruebe la reelección indefinida, como el desaparecido Hugo Chávez en Venezuela y posiblemente Rafael Correa en Ecuador.
Esa puede ser la explicación, aparte del ego inflado de tanto éxito, de lo que se ha llamado la política de la "cancha inclinada”, de la que el Presidente podría haber prescindido para ganar sin problemas. Así se designa un campo de juego en el que el rival tiene que jugar cuesta arriba y el local se desencadena hacia abajo. La inclinación consiste en la utilización de recursos públicos, medios de comunicación, inauguración de obras en televisión, generosidades de última hora, como un nuevo aguinaldo anual para mayores de 60 años que perciban la renta dignidad, y todo un reparto de la riqueza, aunque por vía básicamente asistencial.
El Presidente, que gobierna en nombre de una Bolivia plurinacional de indígenas, mestizos y eurodescendientes, pero sobre la base de que el indio ha vuelto a reclamar lo que tenía y le arrebataron los españoles, maneja una revolución sólo retórica y únicamente étnica. Si en la Venezuela fundadora del bolivarianismo no cesan de proclamar la próxima domesticación del capitalismo, y en Ecuador el presidente Correa está cada día más enfadado con las grandes compañías occidentales, la Bolivia de Morales ha conocido en la última década la racha de mayor expansión capitalista de su historia, bien que haciéndole pagar por los hidrocarburos lo que los Gobiernos criollos jamás osaron limosnear; con el remate de un crecimiento del PIB de 9.500 millones de dólares en 2005 a 33.000 millones en 2013.
Esta Bolivia ha volcado en gasto social más de 8.000 millones de dólares en esos años; multiplicado por 10 o más los ingresos por exportación de combustible; creado una incipiente clase media que se le mantiene fiel, y convencido a la clase empresarial cruceña de que con su Gobierno le va a ir aún mejor. Si Nuestro Señor y la Pachamama lo tienen a bien, Morales será el Jefe de Estado más longevo de la historia, cuando menos de la democrática del país (2006-2020).
En su discurso de exaltación de la victoria el Presidente volvió a hablar, sin embargo, de futuras nacionalizaciones, que hasta hace unos años solemnizaba anunciando alguna cada 1 de Mayo. Pero puede que sea sólo un brindis al sol. Con todo su griterío antiimperialista y homenaje al castrismo fundacional es por su construcción de una nueva Bolivia por lo que Evo arrasa.
Evo deberá enfrentar el fin del boom de los commodities
Por: John Paul Rathbone, publicado el 14 de octubre en el Financial Times.
Después de cambiar la Constitución para poder presentarse nuevamente como candidato, Evo Morales acaba de obtener su tercer mandato como presidente de Bolivia con un triunfo aplastante. El ex líder sindical consiguió el dominio mayoritario del Congreso. También domina el Poder Judicial, por lo que consolidó el control del país. Por lo tanto, cualquier éxito o fracaso en los próximos cinco años será sólo de Morales. El mayor interrogante es si en cinco años buscará otra reelección.
Hay varias razones que explican porqué este próximo mandato será más difícil que el último. A Morales normalmente se lo asocia al grupo de países latinoamericanos ALBA, dominado por Venezuela y Cuba. Sin embargo, hay que decir que el Presidente de Bolivia condujo la economía mucho mejor que la mayoría de sus pares de izquierda. Y lo que es verdaderamente importante, comprendió que una macroeconomía sólida le otorgaba la autonomía que le permitía fanfarronear frente a capitalistas e imperialistas cuando quisiera. Con esa retórica consiguió apoyo popular en su país. También le brindó protección política para formar alianzas más estrechas con el sector privado. Dependiendo del punto de vista, ésta fue una política inteligente, o son señales incipientes de la "democracia administrada” característica de algunos otros países dominados por los commodities, como Rusia o Venezuela.
Pero ahora se está desvaneciendo el auge de los precios de los commodities. Eso dañará el valor de las exportaciones mineras de Bolivia. Morales también necesita más inversión, que a sólo 19% del PBI sigue siendo baja. El mayor atractivo para los inversores son las reservas de gas natural que tiene el país. Pero la revolución del shale gas en Estados Unidos, las reformas del sector energético de México, y hasta las enormes reservas de shale gas que posee Argentina limitarán el relativo encanto de Bolivia. Morales podría enfrentar un malabarismo financiero más complicado.
Hasta ahora, el boom de las materias primas ayudó al gobierno de Morales a financiar algunos de los impresionantes avances sociales. Sin embargo, no son logros únicos de su país; en el resto de la región también disminuyeron la pobreza y la desigualdad durante la década pasada. La cuestión es si se pueden sostener económicamente.
Luego está la política: ¿Morales va a dar un paso al costado en 2020, o querrá otro mandato? Desafortunadamente, el fin del auge de las materias primas en América Latina coincide con una simultánea erosión de los frenos y equilibrios constitucionales: "continuismo”, y no "populismo” es la palabra que se escucha allí. El Partido de los Trabajadores de Brasil hace 12 años que está en el poder y busca otros cuatro en el balotage de este mes. Cristina Fernández, ya sea como presidenta ella misma o como primera dama, gobierna Argentina hace 12 años; el Partido Socialista venezolano está en poder hace 16 años; y para finales de su mandato, Morales habrá acumulado 15.
Comparado con el optimismo que en los 80 posterior a la transición democrática en la región, ésta es una tendencia potencialmente preocupante.
Evo prueba que el socialismo no arruina la economía
Por: Ellie Mae O’Hagan, publicado en The Guardian, el 14 de octubre.
El socialista Evo Morales, que hace unos días fue reelegido para un tercer mandato en Bolivia, ha sido por mucho tiempo motivo de la burla de los medios del hemisferio norte. Así como el desaparecido Hugo Chávez fue frecuentemente representado como un payaso populista cuyos discursos antinorteamericanos disfrazaban su incompetencia. De esta forma, las noticias de su aplastante victoria se enfocaron en que era "una victoria del antiimperialismo”, como si el sentimiento antinorteamericano fuera la única pauta de sus ocho años de su gobierno.
En realidad es más probable que la popularidad de Morales sea el resultado de las extraordinarias reformas socioeconómicas que ha impulsado, las que -de acuerdo al New York Times- han transformado la economía boliviana de un caso perdido a un modelo que recibe elogios incluso de inesperadas instituciones como el Banco Mundial y el Fondo Monetario Internacional, una ironía considerando que el éxito de este país es el resultado de una administración socialista que rechazó las recomendaciones del FMI desde el primer día (...).
Es así que la reelección de Morales era
obvia: a la gente le atrae la seguridad económica, de manera que si
alguien reduce la pobreza es probable que voten por él.
Es cierto que
Evo hizo muchos enemigos dentro de la Casa Blanca, pero probablemente
esto tiene menos que ver con la retórica que con el hecho de que él haya
demandado internacionalmente la legalización de la hoja de coca, que es
masticada por muchos bolivianos como parte de su cultura, pero que
también es convertida en cocaína (...).
Con todo, no sería correcto
decir que todo en el gobierno de Evo Morales es perfecto. A principios
de este año, su gobierno recibió críticas de organizaciones de derechos
humanos por bajar la edad para el trabajo infantil a los 10 años. Sin
embargo, lo que estas organizaciones ignoraron es que el Gobierno
boliviano había sido presionado por campañas de los propios sindicatos
de trabajadores infantiles (Unatsbo), que sostenían que la legalización
de la edad para trabajar es el primer paso para proteger a los más de
850 mil niños trabajadores de la explotación que proviene del trabajo
clandestino. Con todo, ésta tendrá que ser una de las prioridades para
su nuevo mandato. No hacerlo sería un error para un proyecto
progresista.
Además, en términos sociales, Evo ha recibido el pedido del
defensor del Pueblo de Bolivia, Rolando Villena, para legalizar las
uniones del mismo sexo. Asimismo, tendría que imitar la decisión del
presidente uruguayo, José Mujica, sobre la despenalización del aborto,
para disminuir los altos índices de mortalidad materna. Finalmente,
Morales también debe enfrentar las críticas de los líderes indígenas que
lo acusan de haber fallado en sus compromisos por defender los derechos
de los indígenas y al medio ambiente.
Haga lo que haga en este tercer mandado, lo hecho hasta ahora por este Presidente es sobresaliente. Ha desafiado la sabiduría convencional, que sostenía que las políticas de izquierda dañaban las economías y que las clases trabajadoras no pueden conducir exitosamente una economía. Él lo hizo enfrentando la presión del FMI, de la comunidad internacional y del Gobierno de EEUU. En el éxito de Morales se pueden encontrar importantes lecciones políticas y, posiblemente, todos podamos aprender de él
Puntos de vista
Flavio Machicado S. Economista
"Se vislumbra el espejismo del crecimiento”
Hay
no más el espejismo del crecimiento de la economía. Lamentablemente la
gente ni siquiera los organismos internacionales se han preocupado de
calcular exactamente bien qué es lo que significa.
Si la economía ha
crecido al 5% en nueve años -la economía real, o sea la cantidad de
bienes y servicios efectivos-, no pudo haberse triplicado como sostiene
el Gobierno. El crecimiento no puede ser mayor al 50%.
Entonces,
¿qué es lo que hace el Gobierno? Utiliza el concepto de PIB nominal, que
es el valor de la producción, que es simplemente el incremento de los
precios y no de los bienes. En consecuencia toda la gente piensa que lo
que se han triplicado es el PIB real. Y el Gobierno, claro, habla de PIB
nominal, ¿y quién sabe qué es PIB real y PIB nominal? Sólo un
profesional.
En consecuencia lo que se ha aumentado es el precio, el
valor de la producción. Eso es lo que hace pensar a la gente que hubo
un gran milagro, que no es tal.
El crecimiento de la economía no es
de forma permanente, sino que unas veces es más y otras veces no. Ahora,
el 2008, la irrupción de San Cristóbal en la economía significó el
incremento del 50% del PIB de ese año, porque irrumpió con una
cantidad brutal de minerales. El otro fenómeno es que los otros
incrementos es la sobreexplotación de los yacimientos gasíferos, más
allá de lo que aconsejable. Entonces, han acelerado la producción, que
es algo muy peligroso porque da lugar a un agotamiento prematuro de
yacimientos.
Eso ha provocado una mayor demanda, que es otro de los factores de crecimiento. Entonces, no hay una base real que pueda justificar el entusiasmo que tiene el Gobierno en materia económica... y en consecuencia el círculo que hay es perverso. No es un círculo virtuoso. Es muy complicado si es que los precios de las materias primas se caen en algún momento.
Una tercera vía andina
Eso ha provocado una mayor demanda, que es otro de los factores de crecimiento. Entonces, no hay una base real que pueda justificar el entusiasmo que tiene el Gobierno en materia económica... y en consecuencia el círculo que hay es perverso. No es un círculo virtuoso. Es muy complicado si es que los precios de las materias primas se caen en algún momento.
Una tercera vía andina
Por: Alicia González, publicado en El País el 13 de octubre.
Si uno repasa la hoja de servicios macroeconómicos de Bolivia en los últimos años, no podría menos que equiparar al Gobierno de Evo Morales con la más pura ortodoxia económica. La economía boliviana crecerá un 5,2% este año, después de alcanzar un 6,8% en 2013; su balanza por cuenta corriente exhibe un saludable superávit del 3,3% del PIB; las cuentas públicas arrojaron un saldo positivo del 1% el año pasado y algo parecido se prevé para éste, y la deuda pública se situó en el 32,6% en 2013. Al mismo tiempo, la pobreza se ha reducido del 60% de la población en 2006 al 45% en 2011, según el Banco Mundial.
Si uno repasa la hoja de servicios macroeconómicos de Bolivia en los últimos años, no podría menos que equiparar al Gobierno de Evo Morales con la más pura ortodoxia económica. La economía boliviana crecerá un 5,2% este año, después de alcanzar un 6,8% en 2013; su balanza por cuenta corriente exhibe un saludable superávit del 3,3% del PIB; las cuentas públicas arrojaron un saldo positivo del 1% el año pasado y algo parecido se prevé para éste, y la deuda pública se situó en el 32,6% en 2013. Al mismo tiempo, la pobreza se ha reducido del 60% de la población en 2006 al 45% en 2011, según el Banco Mundial.
Es el
Modelo Económico Social Comunitario Productivo de Evo Morales, una
especie de tercera vía que el líder boliviano parece querer imponer para
uno de los países más pobres de América Latina. Un modelo alejado del
desastre económico y social venezolano pero manteniendo una clara
distancia con la inversión extranjera y el sector empresarial, más en la
línea seguida por Ecuador. Una ecuación que se sostiene sobre la base
de unos suculentos ingresos por la exportación del gas -3.670 millones
de euros entre enero y septiembre-, aupados por la fuerte demanda de
materias primas de China y la estabilidad que arrojan los contratos con
Brasil y Argentina, explotados a través de Yacimientos Petrolíferos
Fiscales Bolivianos (YPFB) con escasas interferencias políticas. "Hay un
discurso político muy radical que poco tiene que ver con su política
económica”, apunta Gonzalo Garland, economista de IE Business School.
Un equilibrio complicado y con muchas complicaciones para el futuro. "Morales tiene que consolidar lo logrado en el ámbito de la disciplina económica y fiscal y lograr la explotación de los yacimientos de hierro y litio, una decisión que lleva tiempo parada por sus recelos frente a la inversión extranjera”, advierte Carlos Malamud, investigador principal de América Latina del Real Instituto Elcano. Sin esas inversiones, será difícil avanzar en los planes para reindustrializar el país, que el Gobierno ha anunciado de forma genérica para 2025, invertir en infraestructuras y avanzar hasta ser considerado una economía emergente "porque Bolivia ni siquiera está ahí”, advierte Ramón Casilda, consultor estratégico para América Latina. "Por ahora, desarrolla una economía de bajos salarios y basada en el comercio de materias primas.
Pero tiene
que apostar por la educación y por el desarrollo tecnológico para poder
competir con otros países más avanzados. O corre el riesgo de caer en la
trampa del crecimiento”.
Nadie ha hablado de los planes educativos durante la campaña, donde sí han sido varios los guiños al sector empresarial, hasta sellar una especie de paz con los empresarios de Santa Cruz, la provincia más rica y más dinámica del país. No se espera una nueva oleada de nacionalizaciones, como las llevadas a cabo en 2006, aunque la reciente ley de servicios financieros, que obliga a los bancos a facilitar el crédito para vivienda a determinados grupos, suscita algunos recelos. "Habrá que ver si las promesas electorales se cumplen”, remata Casilda.
Nadie ha hablado de los planes educativos durante la campaña, donde sí han sido varios los guiños al sector empresarial, hasta sellar una especie de paz con los empresarios de Santa Cruz, la provincia más rica y más dinámica del país. No se espera una nueva oleada de nacionalizaciones, como las llevadas a cabo en 2006, aunque la reciente ley de servicios financieros, que obliga a los bancos a facilitar el crédito para vivienda a determinados grupos, suscita algunos recelos. "Habrá que ver si las promesas electorales se cumplen”, remata Casilda.
Evo Morales: la tentación de uno mismo
Por: Martín Caparrós, publicado el 14 de octubre en El País.
Debe haber un momento en que miran alrededor y piensan: pobrecitos, qué sería de todos ellos si no estuviera yo. O, incluso: qué habría sido de todos ellos si yo no hubiese estado. O, si acaso: qué será de todos ellos cuando yo ya no esté. O quizá piensen ay, qué duro ser el único que. O tal vez, quién sabe: ¿por qué será que solo yo lo puedo? Lo cierto es que, piensen lo que piensen, creen que el Estado -de las cosas, de los cambios, de su ¿revolución?- son ellos y que sin ellos nada. Entonces, se contradicen en lo más hondo y ceden gozosamente a la tentación de sí mismos.
La novela de dictador fue un clásico de la literatura hispanoamericana durante décadas, entre los veintes del Tirano Banderas y los setentas del Otoño del patriarca, pasando por El señor presidente y Yo el supremo. Pero ya no se escriben; ahora, en América Latina, la figura del dictador tradicional ha sido reemplazada por la realidad del presidente democráticamente elegido que no soporta la idea de dejar de serlo.
El comandante Chávez iba para los 20 años, el doctor Correa va para un mínimo de 10, el matrimonio Kirchner -donde el concepto de hombre fuerte fue reemplazado por la pareja fuerte- para 12, el ex Uribe perdió su intento cuando ya había hecho ocho. Nadie quiere bajarse. Pero hay uno que, en principio, parecía inmunizado: un campesino boliviano, aborigen, dirigente de sufridos cocaleros, un muchacho curtido en mil peleas que conocía el valor del colectivo. Hasta que, inesperadamente, se transformó en Presidente hace ocho años y lo hizo con tanto éxito y soltura que nunca más quiso dejarlo. Hoy, 12 de octubre, Bolivia podría convertirlo en el Presidente más persistente de su historia. Hace unos días se publicó su mejor biografía, Jefazo (Debate), del argentino Martín Sivak, que ya fue traducida al inglés, francés, chino e italiano.
-Su relación con el poder es sacrificial.
Me dice Sivak, y que Morales no se toma vacaciones, que no tiene días libres ni vida familiar, que vive al borde de sus posibilidades físicas.
-Pero, aun así, no se planteó dejar su lugar a otro. ¿Por qué?
-Bueno, para estas elecciones tenía excelentes condiciones para hacerlo. Entre el boom económico que sus medidas produjeron, las grandes mejoras sociales, su popularidad y la pobreza de la oposición, podrían haber impuesto un candidato nuevo.
-¿Y por qué no lo hizo?
Sivak conoce a Morales desde sus años pobres, cuando, a veces, de visita militante en Buenos Aires, le pedía dormir en su sofá.
-No lo sé. Recuerdo de aquellas conversaciones, antes de ganar la elección de 2005, y también después, una frase suya: "Nunca habrá borrachera de poder”. Ahora, en campaña, ha dicho que en 2020 se irá a su casa. Los más obsecuentes pedirán el cambio de la Constitución para introducir la reelección indefinida. Así que a él le tocará elegir entre su promesa y los que lo quieren para siempre en el Palacio Quemado.
Hay un punto que Sivak insiste en subrayar: Que desde que Morales es presidente, Bolivia es un país más justo y más democrático:
-Pero esa democratización no se tradujo en el modo en que el Ejecutivo gobierna: Morales no impide la propagación del evismo y concentra todas las decisiones, desde las negociaciones con YPFB - Repsol hasta el menú de sus custodias.
Porque una cosa, parece, es invocar al pueblo, y otra confiar en lo que él haga.
Bolivia/ Alejandro Almaraz: El triunfo del MAS no le acredita ser revolucionario
El que fuera una de las personalidades más notorias
del MAS (en 2011) propone el debate en sentido de que el oficialismo,
pese a su triunfo, también perdió lo suyo. ‘Allí antes que disidencias
lo que hay es descomposición’, afirma.
— ¿En verdad, quiénes perdieron el 12 de octubre?
— En la política, como todo en la vida, se pierde o se gana en función de una expectativa. Si el Real Madrid juega con el Aurora y empata, en realidad pierde, y Aurora gana; esto también se aplica a la política, a las expectativas de los actores, y en este caso a las posibilidades que la sociedad y cada actor político se asignan en el proceso electoral; en ese sentido, para el MSM realmente el resultado es de una frustración, de un contraste; y para el Partido Verde, por el contrario, es un buen resultado, porque nuestras expectativas básicamente eran las de constituir un nuevo referente político de la izquierda. Y eso efectivamente se ha conseguido.
— ¿Y el triunfo del MAS?
— Considero que el resultado es francamente malo para el partido de gobierno; no solo porque no ha cumplido la expectativa proclamada pública y reiteradamente por el mismo Presidente, de superar el 70%, sino que es evidente que una cantidad muy importante de bolivianos que votó en las anteriores elecciones por Evo Morales, lo ha dejado de hacer. Y las irregularidades del proceso electoral, con indicios muy serios de fraude, nos plantean la posibilidad de que la disminución de votos no sean solamente tres puntos, sino de bastantes más. Con recursos oscuros de la ilegalidad y del fraude el MAS está alcanzando dos objetivos indispensables para reproducir su esquema autoritario y concentrador de poder: los dos tercios en la Asamblea Legislativa y la eliminación de las alternativas de izquierda.
— ¿La izquierda? ¿Pero y es que el MAS no representa a la izquierda, aunque fuera ‘otra izquierda’?
— No, no es (de izquierda), muy claramente no lo es. El viraje político que ha experimentado en su segunda gestión de gobierno es suficientemente radical, severo, como para haber situado al MAS en el campo de la derecha. Esto entendiendo que mientras la izquierda lo es por postular transformaciones en el sentido de la igualdad social, la derecha lo es por ponerse del lado de la conservación del estado de cosas, de la continuidad en el estado de cosas.
— A uno no se le juzga por lo que dice ser, sino por lo que hace...
— El MAS es una derecha disfrazada, cuyo disfraz le da precisamente su fuerza; es una derecha que utiliza la fuerza de la izquierda para imponerse y para ahogar el cambio. Yo lo he dicho varias veces: el MAS está aplastando las demandas populares con su propia fuerza, con la propia fuerza de las demandas populares.
— Pero apoyo-apoyo tiene el MAS; primera fuerza en Santa Cruz, tampoco se puede cerrar los ojos...
— Sí, indudablemente, pero un detalle: yo no sé si ha ganado en Santa Cruz, son cientos las mesas impugnadas, la diferencia (con el segundo) es de menos de diez puntos; pero recuerde que no siempre es la izquierda la que concita el apoyo electoral mayoritario; al contrario, es más frecuente que el apoyo mayoritario lo tenga la derecha; en todo caso, el apoyo mayoritario que aún conserva el MAS no le acredita un contenido de izquierda o un contenido verazmente revolucionario.
— Usted fue parte de los disidentes por la reconducción del MAS. Con el nuevo triunfo electoral masista ¿ha fracasado la disidencia?
— No es que ha fracasado, todo lo contrario: la disidencia en el MAS en realidad se está masificando; en muchos casos no se traduce en un posicionamiento explícito o en una ruptura, como fue con nosotros, pero se está produciendo disidencia; más que disidencia, malestar generalizado, resquebrajamiento interno.
— Pero contradicciones internas hay en todo partido...
— No solo hay contradicciones o disidencia, en muchos casos socapada y reprimida, sino, más que eso, hay una problemática interna que da cuenta de una cierta descomposición. Ahora, la disidencia no es unívoca, no va siempre en el mismo sentido; hay disidentes y disidentes, pero creo que sí una parte cualitativamente importante de quienes hemos sido parte del MAS y del primer gobierno de Evo Morales, estamos compartiendo el desafío de construir un nuevo proyecto político, rescatando esos objetivos históricos que abrieron el proceso de cambio y que lo llevaron a Evo Morales al gobierno y que han sido traicionados por el segundo gobierno de Morales.
— El MSM debió ser uno de los partidos más institucionalizados, más ‘partido’ que todos, pero parece que éste ya no es el tiempo para este tipo de partidos, sino que la política es aquella de los movimientos sociales.
— No conozco cómo ha sido la vida interna del MSM, pero sí es cierto que desde los primeros años de este milenio se hizo evidente las limitaciones muy grandes del sistema político y de partidos para representar una sociedad como la boliviana, que es marcadamente heterogénea; es un desafío hacia adelante, optar por formas de organización política más democráticas, más participativas, pero habrá que hacerlo eludiendo el corporativismo autoritario en que ha caído el MAS, lo que en última instancia suele expresarse en el loteamiento del aparato estatal y también en una suerte de loteamiento programático: los cooperativistas mineros deciden sobre la política minera; los contrabandistas abierta o encubiertamente influyendo sobre la política de comercio exterior...
— O sea, si el MSM fracasó, y acaso es el mismo caso del PVB, es porque al MAS no se le peleó en su terreno, los movimientos sociales.
— Con absoluta seguridad que sí; coincidimos con esa percepción, no solo por el tema electoral, sino para definir los espacios fundamentales de la construcción política; si nosotros hemos concurrido con el Partido Verde a las elecciones, lo hicimos interpretando que el espacio electoral es uno complementario de los espacios fundamentales para la construcción política, de un nuevo proyecto político, (espacios) que son los de las luchas sociales; es ahí en que no solamente se le ha de poder ganar al MAS, sino que se va a poder recomponer la fuerza social necesaria para reabrir el proceso de transformaciones auténticamente orientado hacia la transformación profunda, estructural de la sociedad y el Estado.
— El exdiputado Fabián Yaksic dice que si el MAS ha ganado es porque la gente quiere estabilidad, en vez de un cambio.
— Parcialmente es así, que la gente haya votado por la estabilidad, pero no porque no quiera el cambio, sino porque ante la imposibilidad de relanzar de inmediato el cambio por lo menos quedarse con la estabilidad; con una administración económica, que si bien no está transformando el país, por lo menos no está significando un deterioro generalizado de las condiciones de vida. No es que en general haya una mejora importante en las condiciones de vida de la sociedad, lo que diría es que no hay un empeoramiento; tal vez algunos sectores tienen algunas mejoras, pero para los sectores populares y mayoritarios de nuestra sociedad las mejoras son en todo caso pequeñas, mientras que para sectores tradicionalmente privilegiados y concentradores de la riqueza, como la banca, la agroindustria y otros empresariales, para ellos sí, es la bonanza.
— Pero ¿no se ha reducido las desigualdades, lo del millón que subió a la clase media…?
— Bolivia, a juicio, no de la oposición sino de la muy prestigiada Universidad de La Plata (ULP), la misma que le ha dado el Honoris Causa a (Álvaro) García Linera, es el campeón latinoamericano, o americano, de la desigualdad social, y no es el criterio aventurado de algún académico, sino es el resultado de un programa que viene ejecutando hace varios años de manera sistemática y científica en el sentido de la medición de la desigualdad social. Para la ULP el 2013 Bolivia desplazó primero a Honduras y luego a Brasil en la punta de la desigualdad, en un continente que a su vez es el más desigual del mundo.
Vargas simboliza la independencia indígena frente al MAS
Para el que fue candidato por el Partido Verde, Alejandro Almaraz, el dirigente del TIPNIS Fernando Vargas antes que una mera disidencia indígena del Movimiento Al Socialismo, más bien es la auténtica autonomía indígena frente al oficialismo.
— Se dice que Fernando Vargas es la disidencia indígena del MAS...
— Yo dudo de la pertinencia de interpretar a Fernando Vargas y al movimiento indígena que representa como una disidencia; el movimiento indígena de tierras bajas nunca se consideró parte del Instrumento Político, siempre fue invitado, convocado, siempre se lo trató de incluir. Yo mismo, en aquellos primeros años de construcción del Instrumento Político asumí la tarea de este acercamiento, y su respuesta fue muy clara y creo muy lúcida: fue la de situarse como aliados estratégicos de ese Instrumento Político.
— Un poco mantener la distancia...
— Su idea era no incluirse, no perder autonomía; tener una alianza que permitiera la acción conjunta, la construcción de una perspectiva histórica conjunta o, mejor dicho, la proyección política de esa condición histórica común; pero siempre manteniendo la independencia, la autonomía; y es esto lo que Evo Morales no les ha perdonado: no integrarse subordinadamente, (para el MAS) la integración significaba subordinación; sino más bien haber mantenido una autonomía que les permitiera discrepar y hacer valer la discrepancia. Eso es lo que representa Fernando Vargas, la persistencia de esa actitud autónoma del movimiento indígena de tierras bajas; más que hablar de una disidencia, se trata de la terca persistencia de su autonomía.
— ¿Qué será del Partido Verde?
— En lo inmediato haremos todo lo que podamos contra el fraude, porque nosotros hemos denunciado de manera concluyente varios indicios. Pensamos que ese fraude así como puede haberlo subido algunos puntos al MAS, puede habernos bajado a nosotros, de manera que ese 2,7 que tenemos en la votación para presidente podría en la realidad ser más del 3%, y ese 4% que tenemos en la votación para diputados uninominales podría ser un 5%. Lucharemos para que a la luz de esos datos y de su interpretación recta, de acuerdo a la norma, no suponga la pérdida de personalidad jurídica, que es el apetito abusivo, autoritario, del partido de gobierno. Esperamos la convergencia con muchos otros bolivianos.
Perfil
Nombre: Luis Alejandro Abel Almaraz Ossio
Nació: 19-07-1961
Profesión: Abogado
Cargo: Excandidato del Partido Verde de Bolivia
Partido
Almaraz define lo que pretende debe ser una organización política: “Queremos poner en práctica estructuras organizativas que también sean transformadoras, sin caudillismos, sin verticalismos, de una manera más horizontal, logrando más participación de la gente.
La Razón (Edición Impresa) / Iván Bustillos Zamorano / La Paz
00:03 / 26 de octubre de 2014
Alejandro Almaraz fue candidato a senador de Cochabamba por el
Partido Verde de Bolivia (PVB). Desde antes fue uno de los más notorios
disidentes del Movimiento Al Socialismo (MAS) que en 2011 se alejaron
del gobierno de Evo Morales. En el manifiesto Por la recuperación del
proceso de cambio para el pueblo y con el pueblo (junio de 2011), los
disidentes planteaban que lo único que quedaba al gobierno del MAS era
la “reconducción” del proceso de cambio. Hoy, inserto en el PVB y cuando
este joven partido está a punto de perder su personería jurídica,
porque obtuvo menos del 3% de los votos válidos el 12 de octubre,
Almaraz dice que lo del PVB más bien hay que verlo como un triunfo, que
esto apenas empieza y que la disidencia en el MAS hoy es más extendida
de cuando él dejó el partido, que, pesando bien las cosas, el MAS
también salió lastimado de la contienda electoral.00:03 / 26 de octubre de 2014
— ¿En verdad, quiénes perdieron el 12 de octubre?
— En la política, como todo en la vida, se pierde o se gana en función de una expectativa. Si el Real Madrid juega con el Aurora y empata, en realidad pierde, y Aurora gana; esto también se aplica a la política, a las expectativas de los actores, y en este caso a las posibilidades que la sociedad y cada actor político se asignan en el proceso electoral; en ese sentido, para el MSM realmente el resultado es de una frustración, de un contraste; y para el Partido Verde, por el contrario, es un buen resultado, porque nuestras expectativas básicamente eran las de constituir un nuevo referente político de la izquierda. Y eso efectivamente se ha conseguido.
— ¿Y el triunfo del MAS?
— Considero que el resultado es francamente malo para el partido de gobierno; no solo porque no ha cumplido la expectativa proclamada pública y reiteradamente por el mismo Presidente, de superar el 70%, sino que es evidente que una cantidad muy importante de bolivianos que votó en las anteriores elecciones por Evo Morales, lo ha dejado de hacer. Y las irregularidades del proceso electoral, con indicios muy serios de fraude, nos plantean la posibilidad de que la disminución de votos no sean solamente tres puntos, sino de bastantes más. Con recursos oscuros de la ilegalidad y del fraude el MAS está alcanzando dos objetivos indispensables para reproducir su esquema autoritario y concentrador de poder: los dos tercios en la Asamblea Legislativa y la eliminación de las alternativas de izquierda.
— ¿La izquierda? ¿Pero y es que el MAS no representa a la izquierda, aunque fuera ‘otra izquierda’?
— No, no es (de izquierda), muy claramente no lo es. El viraje político que ha experimentado en su segunda gestión de gobierno es suficientemente radical, severo, como para haber situado al MAS en el campo de la derecha. Esto entendiendo que mientras la izquierda lo es por postular transformaciones en el sentido de la igualdad social, la derecha lo es por ponerse del lado de la conservación del estado de cosas, de la continuidad en el estado de cosas.
— A uno no se le juzga por lo que dice ser, sino por lo que hace...
— El MAS es una derecha disfrazada, cuyo disfraz le da precisamente su fuerza; es una derecha que utiliza la fuerza de la izquierda para imponerse y para ahogar el cambio. Yo lo he dicho varias veces: el MAS está aplastando las demandas populares con su propia fuerza, con la propia fuerza de las demandas populares.
— Pero apoyo-apoyo tiene el MAS; primera fuerza en Santa Cruz, tampoco se puede cerrar los ojos...
— Sí, indudablemente, pero un detalle: yo no sé si ha ganado en Santa Cruz, son cientos las mesas impugnadas, la diferencia (con el segundo) es de menos de diez puntos; pero recuerde que no siempre es la izquierda la que concita el apoyo electoral mayoritario; al contrario, es más frecuente que el apoyo mayoritario lo tenga la derecha; en todo caso, el apoyo mayoritario que aún conserva el MAS no le acredita un contenido de izquierda o un contenido verazmente revolucionario.
— Usted fue parte de los disidentes por la reconducción del MAS. Con el nuevo triunfo electoral masista ¿ha fracasado la disidencia?
— No es que ha fracasado, todo lo contrario: la disidencia en el MAS en realidad se está masificando; en muchos casos no se traduce en un posicionamiento explícito o en una ruptura, como fue con nosotros, pero se está produciendo disidencia; más que disidencia, malestar generalizado, resquebrajamiento interno.
— Pero contradicciones internas hay en todo partido...
— No solo hay contradicciones o disidencia, en muchos casos socapada y reprimida, sino, más que eso, hay una problemática interna que da cuenta de una cierta descomposición. Ahora, la disidencia no es unívoca, no va siempre en el mismo sentido; hay disidentes y disidentes, pero creo que sí una parte cualitativamente importante de quienes hemos sido parte del MAS y del primer gobierno de Evo Morales, estamos compartiendo el desafío de construir un nuevo proyecto político, rescatando esos objetivos históricos que abrieron el proceso de cambio y que lo llevaron a Evo Morales al gobierno y que han sido traicionados por el segundo gobierno de Morales.
— El MSM debió ser uno de los partidos más institucionalizados, más ‘partido’ que todos, pero parece que éste ya no es el tiempo para este tipo de partidos, sino que la política es aquella de los movimientos sociales.
— No conozco cómo ha sido la vida interna del MSM, pero sí es cierto que desde los primeros años de este milenio se hizo evidente las limitaciones muy grandes del sistema político y de partidos para representar una sociedad como la boliviana, que es marcadamente heterogénea; es un desafío hacia adelante, optar por formas de organización política más democráticas, más participativas, pero habrá que hacerlo eludiendo el corporativismo autoritario en que ha caído el MAS, lo que en última instancia suele expresarse en el loteamiento del aparato estatal y también en una suerte de loteamiento programático: los cooperativistas mineros deciden sobre la política minera; los contrabandistas abierta o encubiertamente influyendo sobre la política de comercio exterior...
— O sea, si el MSM fracasó, y acaso es el mismo caso del PVB, es porque al MAS no se le peleó en su terreno, los movimientos sociales.
— Con absoluta seguridad que sí; coincidimos con esa percepción, no solo por el tema electoral, sino para definir los espacios fundamentales de la construcción política; si nosotros hemos concurrido con el Partido Verde a las elecciones, lo hicimos interpretando que el espacio electoral es uno complementario de los espacios fundamentales para la construcción política, de un nuevo proyecto político, (espacios) que son los de las luchas sociales; es ahí en que no solamente se le ha de poder ganar al MAS, sino que se va a poder recomponer la fuerza social necesaria para reabrir el proceso de transformaciones auténticamente orientado hacia la transformación profunda, estructural de la sociedad y el Estado.
— El exdiputado Fabián Yaksic dice que si el MAS ha ganado es porque la gente quiere estabilidad, en vez de un cambio.
— Parcialmente es así, que la gente haya votado por la estabilidad, pero no porque no quiera el cambio, sino porque ante la imposibilidad de relanzar de inmediato el cambio por lo menos quedarse con la estabilidad; con una administración económica, que si bien no está transformando el país, por lo menos no está significando un deterioro generalizado de las condiciones de vida. No es que en general haya una mejora importante en las condiciones de vida de la sociedad, lo que diría es que no hay un empeoramiento; tal vez algunos sectores tienen algunas mejoras, pero para los sectores populares y mayoritarios de nuestra sociedad las mejoras son en todo caso pequeñas, mientras que para sectores tradicionalmente privilegiados y concentradores de la riqueza, como la banca, la agroindustria y otros empresariales, para ellos sí, es la bonanza.
— Pero ¿no se ha reducido las desigualdades, lo del millón que subió a la clase media…?
— Bolivia, a juicio, no de la oposición sino de la muy prestigiada Universidad de La Plata (ULP), la misma que le ha dado el Honoris Causa a (Álvaro) García Linera, es el campeón latinoamericano, o americano, de la desigualdad social, y no es el criterio aventurado de algún académico, sino es el resultado de un programa que viene ejecutando hace varios años de manera sistemática y científica en el sentido de la medición de la desigualdad social. Para la ULP el 2013 Bolivia desplazó primero a Honduras y luego a Brasil en la punta de la desigualdad, en un continente que a su vez es el más desigual del mundo.
Vargas simboliza la independencia indígena frente al MAS
Para el que fue candidato por el Partido Verde, Alejandro Almaraz, el dirigente del TIPNIS Fernando Vargas antes que una mera disidencia indígena del Movimiento Al Socialismo, más bien es la auténtica autonomía indígena frente al oficialismo.
— Se dice que Fernando Vargas es la disidencia indígena del MAS...
— Yo dudo de la pertinencia de interpretar a Fernando Vargas y al movimiento indígena que representa como una disidencia; el movimiento indígena de tierras bajas nunca se consideró parte del Instrumento Político, siempre fue invitado, convocado, siempre se lo trató de incluir. Yo mismo, en aquellos primeros años de construcción del Instrumento Político asumí la tarea de este acercamiento, y su respuesta fue muy clara y creo muy lúcida: fue la de situarse como aliados estratégicos de ese Instrumento Político.
— Un poco mantener la distancia...
— Su idea era no incluirse, no perder autonomía; tener una alianza que permitiera la acción conjunta, la construcción de una perspectiva histórica conjunta o, mejor dicho, la proyección política de esa condición histórica común; pero siempre manteniendo la independencia, la autonomía; y es esto lo que Evo Morales no les ha perdonado: no integrarse subordinadamente, (para el MAS) la integración significaba subordinación; sino más bien haber mantenido una autonomía que les permitiera discrepar y hacer valer la discrepancia. Eso es lo que representa Fernando Vargas, la persistencia de esa actitud autónoma del movimiento indígena de tierras bajas; más que hablar de una disidencia, se trata de la terca persistencia de su autonomía.
— ¿Qué será del Partido Verde?
— En lo inmediato haremos todo lo que podamos contra el fraude, porque nosotros hemos denunciado de manera concluyente varios indicios. Pensamos que ese fraude así como puede haberlo subido algunos puntos al MAS, puede habernos bajado a nosotros, de manera que ese 2,7 que tenemos en la votación para presidente podría en la realidad ser más del 3%, y ese 4% que tenemos en la votación para diputados uninominales podría ser un 5%. Lucharemos para que a la luz de esos datos y de su interpretación recta, de acuerdo a la norma, no suponga la pérdida de personalidad jurídica, que es el apetito abusivo, autoritario, del partido de gobierno. Esperamos la convergencia con muchos otros bolivianos.
Perfil
Nombre: Luis Alejandro Abel Almaraz Ossio
Nació: 19-07-1961
Profesión: Abogado
Cargo: Excandidato del Partido Verde de Bolivia
Partido
Almaraz define lo que pretende debe ser una organización política: “Queremos poner en práctica estructuras organizativas que también sean transformadoras, sin caudillismos, sin verticalismos, de una manera más horizontal, logrando más participación de la gente.
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