Oi amigas e amigos,
Favor replicar amplamente em seus meios de comunicação. Cartas como estas precisam ser publicizadas, ao por um lado alertarem do perigo latente de captura das manifestações por uma lógica golpista (a mídia PIG e várias organizações de direita radical estão firmes nesta tentativa), e por outro lado alertarem da necessidade de uma resposta contundente dos poderes executivo e legislativo às justas demandas que estão aparecendo nas ruas, pelo transporte, saúde, educação públicas e de qualidade, contra os grandes lucros das empresas e um modelo neoliberal de desenvolvimento.
A todas e todos militantes que somos, é fundamental participar das manifestações, buscando didaticamente dar peso à natureza política da sociedade, e de questões estruturais que precisam ser mexidas sem que se ameace a democracia duramente conquistada no país. Devemos estar alertas ao uso que PIG e organizações conservadoras estão tentando fazer do processo de manifestações...
Parabéns às organizações e movimentos sociais que rapidamente elaboraram a carta abaixo. Que 64 não se repita!
Abraços,
daniel tygel (EITA)
São
Paulo, 19 de junho de 2013
Carta
aberta a presidenta Dilma Roussef
Cara
Presidenta,
O Brasil
presenciou nesta semana mobilizações
que ocorreram em 15 capitais e
centenas cidades. Concordamos com suas
declarações que afirmam a importância
para a democracia brasileira dessas
mobilizações, cientes que as mudanças
necessárias ao país passarão pela
mobilização popular.
Mais que
um fenômeno conjuntural as recentes
mobilizações demonstram a gradativa
retomada da capacidade de luta
popular. É essa resistência popular
que possibilitou os resultados
eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso
povo insatisfeito com as medidas
neoliberais votou a favor de um outro
projeto. Para sua implementação esse
outro projeto enfrentou grande
resistência principalmente do capital
rentista e setores neoliberais que
seguem com muita força na sociedade.
Mas
enfrentou também os limites impostos
pelos aliados de última hora, uma
burguesia interna que na disputa das
políticas de governo impede a
realização das reformas estruturais
como é o caso da reforma urbana e do
transporte público.
A crise
internacional tem bloqueado o
crescimento e com ele a continuidade
do projeto que permitiu essa grande
frente que até o momento sustentou o
governo.
As
recentes mobilizações são
protagonizadas por um amplo leque da
juventude que participa pela primeira
vez de mobilizações. Esse processo
educa aos participantes
permitindo-lhes perceber a necessidade
de enfrentar aos que impedem que o
Brasil avance no processo de
democratização da riqueza, do acesso a
saúde, a educação, a terra, a cultura,
a participação política, aos meios de
comunicação.
Setores
conservadores da sociedade buscam
disputar o sentido dessas
manifestações. Os meios de comunicação
buscam caracterizar o movimento como
anti Dilma, contra a corrupção dos
políticos, contra a gastança pública e
outras pautas que imponham o retorno
do neoliberalismo. Acreditamos que as
pautas são muitas, como também são
as opiniões e visões de mundo
presentes na sociedade. Trata-se de
um grito de indignação de um povo
historicamente excluído da vida
política nacional e acostumado a
enxergar a política como algo danoso
à sociedade.
Diante
do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para
manifestar nosso pleito em defesa de
políticas que garantam a redução das
passagens do transporte público com
redução dos lucros das grandes empresas.
Somos contra a política de desoneração
de impostos dessas empresas.
O momento
é propício para que o governo faça
avançar as pautas democráticas e
populares, e estimule a participação e a
politização da sociedade. Nos
comprometemos em promover todo tipo de
debates em torno desses temas e nos
colocamos à disposição para debater
também com o poder público.
Propomos
a realização
com urgência de uma reunião nacional,
que envolva os governos estaduais, os
prefeitos das principais capitais, e
os representantes de todos os
movimentos sociais. De nossa parte
estamos abertos ao diálogo, e achamos
que essa reunião é a única forma de
encontrar saídas para enfrentar a
grave crise urbana que atinge nossas
grandes cidades.
O momento
é favorável. São as maiores
manifestações que a atual geração
vivenciou e outras maiores virão.
Esperamos que o atual governo escolha
governar com o povo e não contra ele.
Assinam:
ADERE-MG
Associação
Nacional de Pós-Graduandos (ANPG)
AP -
Assembléia Popular
Barão de
Itararé
CIMI
CMP-MMC/SP
CMS
Coletivo
Intervozes
CONEN
Consulta Popular
CTB
CUT
Fetraf
Fórum Ecumênico ACT
Brasil
FNDC- Fórum Nacional
pela Democratização da Comunicação
FUP
KOINONIA
Presença Ecumênica e Serviço
Levante
Popular da Juventude
MAB
MAM
MCP
MMM
Movimentos
da Via Campesina
MPA
MST
Quilombo
Rede
Ecumênica de Juventude (REJU)
SENGE/PR
Sindipetro
– SP
SINPAF
UBES
UBM
UJS
UNE
UNEGRO
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