domingo, 18 de mayo de 2014

Brasil: ato no CFH em apoio aos alunos e aos colegas Sonia, Paulo, Wagner, Paulo Rizzo e Dilton

Caros Colegas:
Em 25 de março último, a PF entrou no campus a paisana e revistou pessoas que estavam na lanchonete do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas) da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Com um aluno ancoraram três cigarros de maconha. O Conselho de Unidade do CFH estava reunido no terceiro andar do prédio e a Profa. Sônia Maluf (vice-diretora do Centro), avisada por pessoas que presenciaram a cena, desceu para ver o que estava acontecendo. Solicitou que a pessoa que estava efetuando a prisão se intensificasse. Nesse momento ficou sabendo que era um agente da Polícia Federal e o rapaz começou a ser arrastado para o bosque do Planetário ao lado do prédio do CFH.
Ali, um carro sem identificação aguardava com outros policiais a paisana. Nesse meio tempo mais pessoas foram chegando e o tumulto começou a se formar, uma vez que tentaram impedir que o aluno fosse levado em um veículo não identificado. A Profa. Sônia chegou a sentar-se sobre a frente do carro para impedir sua saída. O superintendente em exercício da PF, presente no local, negou-se a qualquer tipo de negociação, alegando estarem em uma ação contra o tráfico de drogas no campus.  O Prof. Paulo Pinheiro Machado (diretor do CFH), demais professores, técnicos, estudantes, uma deputada, um vereador, todos solicitavam calma e sugeriram ir junto com o aluno. 
Nada foi acatado pelo superintendente que chamou o Batalhão de Choque da Polícia Militar. A tropa de choque, face ao tumulto, começou a atirar com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Nessa altura já era a hora da saída das crianças das duas pré-escolas vizinhas no bosque. Ou seja, o risco era enorme e ainda assim a ação continuou de forma truculenta com vários feridos. Cinco pessoas foram detidas. 

As declarações do superintendente por meio da mídia tem sido desastrosas e mostram uma reação extremada em relação à UFSC, à atual gestão e às pessoas envolvidas no episódio. A ameaça agora é de enquadrar os "responsáveis" na Lei de Segurança Nacional. 41 pessoas estão intimadas a depor, sendo a última delas a Profa. Sônia Maluf, considerada, ao que tudo indica, pela PF como aquela que "incitou o tumulto", obstruiu a ação da polícia e permitiu que ações de vandalismo acontecessem, o que é um absurdo.

Estamos muito preocupados com todos esses acontecimentos que se inscrevem no que temos acompanhado como "criminalização dos movimentos sociais" no Brasil.
Pedimos que divulguem e incentivem moções de repúdio à ação truculenta da polícia dentro do campus, assim como de apoio aos que estão sendo criminalizados. 
Abraços preocupados,


Maria Juracy Filgueiras Toneli
Núcleo Margens: Modos de vida, família e relações de gênero
Departamento de Psicologia/CFH/UFSC
Campus Universitário - Trindade
88040-910 - Florianópolis - SC - Brasil

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