Entidades convocam marcha para este sábado (11), às 14 horas, com saída marcada na praça do metrô Santa Cecília, no centro de São Paulo. Para organizadores da manifestação, racismo, higienização sócio-racial e criminalização da pobreza são algumas marcas da administração do Estado e da cidade de São Paulo. Ações recentes da Polícia Militar mostrariam ligação entre esses temas.
Fábio Nassif
Racismo, higienização sócio-racial e criminalização da pobreza. Essas são algumas marcas da administração do Estado e da cidade de São Paulo, na opinião de diversas entidades que realizarão uma marcha neste sábado (11), às 14 horas, que será iniciada na Praça do metrô Santa Cecília, no centro da capital.
Ações recentes da Polícia Militar mostram a ligação entre os dois temas. São majoritariamente negros os desalojados na Favela do Moinho e no Pinheirinho, os expulsos da Cracolândia e os executados pela polícia paulista por “resistência seguida de morte”.
No manifesto de convocatória do ato, são citados os casos de Ester Elisa da Silva Cesário, obrigada a alisar o cabelo para permanecer com seu emprego; Michel Silveira, preso injustamente por dois meses (apesar das provas evidentes de inocência), e Nicolas Barretos, agredido pela PM dentro da USP.
“O racismo brasileiro é isso: assassinato direto e indireto, maus tratos, falta de políticas públicas, desleixo, naturalização da desgraça, criminalização da pobreza”, afirma o texto. Douglas Belchior, da Uneafro (União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora), afirma que o racismo é o pano de fundo de várias ações do Estado.
“De um lado está o poder, a arma, a força repressiva e do outro lado está o povo pobre na sua esmagadora maioria composta por negros”, disse Belchior. Perguntado se ele enxerga um aumento de casos de racismo no último período, o professor de história se indigna com fatos que não param de acontecer, mas diz que “a diferença é que isso tem sido mais explorado, pois nosso povo tem gritado mais. As pessoas têm ficado menos calada diante da discriminação racial. Isso pra nós é positivo”.
O Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra, que organiza a marcha, pretende ainda realizar uma aula pública, apresentação de grupos culturais e outras atividades na quinta-feira (9), em frente ao Teatro Municipal, como forma de convocação para a marcha.
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